sábado, 6 de junho de 2009

ORSSE executa versão inédita da Missa de Santa Cecília no dia de Corpus Christi

ORQUESTRA SINFONICA DE SERGIPE - SALA SÃO PAULO - 17/05/2009

No próximo dia 11 de junho de 2009 a Orquestra Sinfônica de Sergipe, sob a direção do maestro Guilherme Mannis, e o Coro Sinfônico da Orquestra, realizarão um momento especial no Teatro Tobias Barreto. O grupo contará com a presença de quatro solistas importantes do cenário operístico nacional para uma execução inédita, em Sergipe, da Missa de Santa Cecília (1826), composta pelo padre carioca José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). Completam o programa, no âmbito da valorização do artista sergipano, as Bachianas Brasileiras nº3, com solos do pianista aracajuano Daniel Freire. Os ingressos, a preços populares, já estão à venda na bilheteria do Teatro Tobias Barreto.

O resgate e valorização da música brasileira de concerto é um grande objetivo da Orquestra Sinfônica de Sergipe. Neste concerto, inteiramente dedicado à música brasileira, o grupo trará à tona a obra do José Maurício Nunes Garcia, compositor carioca nascido em 1767. Em 1808, após a chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro, o panorama artístico da cidade se transforma,. e Nunes Garcia cai nas graças do Príncipe-Regente D. João VI, grande admirador de música, que o nomeia mestre da Capela Real, recém-criada nos moldes da que existia na corte lisboeta e formada por músicos locais e europeus. Em 1809, D. João VI condecora-o com o Hábito da Ordem de Cristo, sinal da grande estima que tinha pelo músico. Não escapou porém do preconceito de alguns membros da corte, que se referiam à sua cor de pele como um "defeito visível". O empobrecimento da vida cultural após o retorno de D. João VI a Portugal e a crise financeira depois da Independência do Brasil (1822) causaram uma diminuição da atividade de Nunes Garcia, agravada pelas más condições de saúde do compositor. Em 1826 compôs sua última obra, a Missa de Santa Cecília, para a irmandade de mesmo nome. Morreu em 18 de abril de 1830. Para a execução da missa foram convidados quatro grandes cantores do cenário operístico nacional: Gabriella Pace, soprano, Elaine Martorano, contralto, André Vidal, tenor e Sebastião Teixeira, baixo/barítono, que engrandecerão a produção do Coro Sinfônico da ORSSE, cujo regente é Daniel Freire.

O mesmo Freire, por sua vez, será o solista, ao piano, da outra peça brasileira a ser apresentada, as Bachianas Brasileiras nº3, do majestoso Heitor Villa-Lobos. 2009 é o ano em que o Brasil e o mundo relembram os 50 anos de falecimento do compositor, e o concerto do dia 11 será mais uma homenagem àquele que foi talvez o maior compositor brasileiro de todos os tempos e é o maior embaixador da música clássica de nosso país. O sergipano Daniel Freire, por sua vez, é pianista formado pela UFBA e regente do Coro da ORSSE desde 2006.

Os artistas:

Guilherme Mannis, regente

Guilherme Mannis (São Paulo) é um músico e maestro brasileiro. É bacharel e mestre em música pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp). É Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Sergipe desde 2006. Esteve já à frente de importantes grupos orquestrais brasileiros tais como Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, Sinfônica de Ribeirão Preto, Orquestra da Rádio e Televisão Cultura, Sinfônica de Santo André, Sinfônica da Universidade de Londrina, Orquestra Sinfônica da Unicamp e Petrobras Sinfônica; no México, conduziu a Orquestra Sinfônica Carlos Chávez. Teve como principal professor o maestro John Neschling (Osesp) e participou de cursos com Kurt Masur e Jorma Panula.

Gabriella Pace, soprano

Iniciou seus estudos musicais e de canto com o pai, o tenor e violista Héctor Pace. Como bolsista da Vitae, estudou com Leilah Farah e Pier Miranda Ferraro, na Itália. Atualmente estuda com Ricardo Ballestero. Foi Micaela em Carmen, Susanna em Le Nozze di Figaro, Ceci em O Guarany e Pamina em A Flauta Mágica, entre outras personagens. Recebeu o Prêmio Carlos Gomes de Música Erudita.

No IX Festival Amazonas, participou da primeira montagem brasileira do Anel do Nibelungo de Wagner, sob regência de Luiz Fernando Malheiro. Em 2006 foi Desdemona, em Otello de Rossini, no X Festival Amazonas de Ópera e Giulietta, em I Capuleti e i Montecchi de Bellini, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2007 apresentou-se em concertos sinfônicos no Theatro Municipal de São Paulo, foi Susanna em As Bodas de Fígaro no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, gravou o Requiem Hebraico e a Nona Sinfonia de Beethoven com a OSESP, foi Norina em Don Pasquale, no Teatro Colón, Bogotá.

Em 2008 apresentou-se em Bogotá, cantando A Criação, de Haydn. No XII Festival Amazonas de Ópera integrou os elencos de Ça Ira (Waters), Ariadne auf Naxos (Strauss) e Turandot (Puccini). Em agosto participou da montagem de Ariadne Auf Naxos, no Theatro Municipal de São Paulo, com direção cênica de André Heller. Em setembro, foi Musetta em La Bohème, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência dos maestros Roberto Minczuk e Silvio Viegas e direção cênica de Pier Francesco Maestrini. Em dezembro, foi solista do Lobgesang de Mendelssohn, no Theatro Municipal de São Paulo, sob a regência de Rodrigo de Carvalho.
Neste ano de 2009 Gabriella já tem em sua agenda apresentações em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

Elaine Martorano, mezzo-soprano

Elaine é apontada pelos críticos como uma das mais belas vozes do cenário operístico amazonense; destacando-se por sua excelente qualidade vocal aliada à desenvoltura cênica. Iniciou seus estudos musicais em 2001, com as professoras Adorice Pires e Mariana Mihai. Estudou técnica vocal com a maestrina e professora Natália Sakouro (Rússia), e com o tenor Henrique Bravo (Chile); expressão corporal com os professores Dhian Frantesco e Roberta Maratori.

No ano de 2004 ingressou no Coral do Amazonas e no mesmo ano alcançou grande destaque como solista no concerto de música sacra barroca, cantando Glória (Vivaldi) e Magnificat (J.S. Bach), entrando definitivamente para a cena lírica do Amazonas.
Fez curso de aperfeiçoamento vocal com a renomada professora Neyde Thomas, bem como participou de masterclasses com Eliane Coelho e Henrique Serra. Participou também do Canto Lírico x Belting, ministrado pelo maestro e professor Marconi Araújo e pela Ph.D. em fonoaudiologia Dra. Sílvia Pinho.

Em 2008, transferiu-se para São Paulo, para aperfeiçoar-se em canto, estudando com a professora Lenice Priole e atualmente com o maestro, diretor musical e vocal coach performance Marconi Araújo.

André Vidal, tenor

Mestre pela Royal Academy of Music de Londres, especializou-se em Música de Câmara e Música Antiga com Glenville Hargreaves, Jonathan Papp e Ian Partridge.
Ainda em Londres atuou como solista em oratórios, destacando: Paixão Segundo São João e Oratório de Natal de Bach, O Messias de Handel, Pequena Missa Solene de Rossini e Requiem de Mozart. Integrou o elenco da London Royal Schools Opera e seu repertório abrange papéis de Mozart, Handel, Rossini, Donizetti, Bellini e outros. Foi premiado no II Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão em 2001, e no Helen Eames Prize para intérpretes de música barroca em 1998 em Londres.
Leciona Canto Erudito na Escola de Música de Brasília e coordena o grupo PerSonare. Em 2005 fez sua estréia no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (“A Criação”, Haydn) e no Teatro Amazonas (Missa em Si Menor, Bach). Em 2006 interpretou Don Otavio em Don Giovanni de Mozart em Brasília. Em 2007 estreou com a Petrobras Sinfônica (O Messias) e no Theatro Municipal de São Paulo (Italiana em Algeria, Lindoro) sob regência de Jamil Maluf.
Dedica-se também à composição, tendo suas peças apresentadas no Brasil e no exterior, e publicadas nos EUA pela Cantus Quercus Pres.

Sebastião Teixeira, barítono

Foi duas vezes premiado pela APCA como melhor cantor erudito e constam em seu repertório mais de trinta óperas.
Interpretou os papéis principais em Il Barbiere di Siviglia, La Boheme, Carmen, La Forza del Destino, Don Pasquale, Madame Butterfly, Cavalleria Rusticana, I Pagliacci, Il Cappello di Paglia di Firenze, Pedro Malazarte, Dido and Eneas, Tenente Kijé, Pelleas et Mélisande, Candide, Les Pêcheurs de Perles, L'Italiana in Algeri, Il Trovatore, Jenufa e Salvator Rosa entre outras.
Grande intérprete de Carlos Gomes, gravou “Colombo” para a TV Cultura de São Paulo. Cantou ao lado de artistas como Elena Obraztsova, Leona Mitchell, Lando Bartolini e Arthur Thompson e sob a batuta de Eugene Kohn, Isaac Karabtchevsky, Ira Levin, Karl Martin, Jamil Maluf, John Neschling, Cláudio Cruz, Mário Zaccaro, Roberto Tibiriçá, Roberto Minczuk, T. Collaccioppo, L. F. Malheiro, A. Sangiorgi, L. Friend, G. Mannis, Silvio Barbato entre outros.
Recentemente cantou Carmina Burana de Carl Orff e Andrea Chenier (Mathiew) de Umberto Giordano no Teatro Municipal de São Paulo, Lucia de Lammermoor no Teatro São Pedro - SP, a Oitava Sinfonia de Gustav Mahler com a Orquestra Petrobras Sinfônica no Rio de Janeiro, Rigolleto em RibeirãoPreto e as estréias mundiais das óperas 'A Tempestade' de Ronaldo Miranda no Teatro São Pedro e 'O Cientista' de Sílvio Barbato no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e em turnê por 6 capitais no Brasil.
Teixeira também interpretou o papel-título na ópera "Chagas", de Sílvio Barbato, em estréia mundial na sala Palestrina do Palazzo Pamphilj, sede da embaixada brasileira em Roma, em novembro de 2008.
Daniel Freire, pianista e regente do coro

Pianista da Orquestra Sinfônica de Sergipe, Daniel freire é graduado em piano pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde também cursou composição e regência.
Apresentou-se como recitalista em diversas cidades brasileiras e nos Estados Unidos, onde ministrou aulas de piano e música brasileira no Summer Camp da Universidade de Rhode Island (2001). Lá, também realizou concerto na noite de Jazz no recital Hall da mesma universidade. Apresentou-se também nas cidades de New York, New Jersey e Connecticut.
Como solista Junto a Orquestra Sinfônica de Sergipe, executou o Concerto de Grieg (2004); Rapsódia Sobre Meu Papagaio, de sua autoria (2004-2005 e 2006); Fantasia Coral de Beethoven (2007); Concerto n° 23 de Mozart (2008).
Como regente atuou a frente da Orquestra Filarmônica de Sergipe, que em 2002 foi contempla pelo programa de apoio a orquestras do Ministério da Cultura.
Em 2005 foi convidado a formar e reger o Coro da ORSSE.
Em 2007 foi admitido para cursar Mestrado em Regência pela Campbesville University.


FICHA TÉCNICA
Orquestra Sinfônica de Sergipe, Temporada 2009
Guilherme Mannis, regente
Daniel Freire, piano
Coro Sinfônico da ORSSE
Daniel Freire, regente
Gabriella Pace, soprano
Elaine Martorano, contralto
André Vidal, tenor
Sebastião Teixeira, barítono

Heitor VILLA-LOBOS
Bachianas Brasileiras nº3
José Maurício NUNES GARCIA
Missa de Santa Cecília

Teatro Tobias Barreto
Av. Tancredo Neves, 2209, DIA, Aracaju/SE
Informações: (79) 3179-1480/91
http://www.orquestrasinfonica.se.gov.br/
sinfonica@cultura.se.gov.br

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